Recados Para Orkut

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MARIA DOLORES (Biografia)

                                                                        

                                                           Maria Dolores (Biografia).

 Maria de Carvalho Leite, a conhecida Maria Dolores no Espiritismo, renasceu em Bonfim da Feira (Bahia) em 10 de setembro de 1901 e desencarnou, vitimada por pneumonia, em 27 de julho de 1958; teve três irmãos e duas irmãs; seus pais terrestres foram Hermenegildo Leite e Balmina de Carvalho Leite.
Maria Dolores, também chamada de Madô e de Mariinha, diplomou-se professora em 1916 e lecionou no Educandário dos Perdões e no Ginásio Carneiro Ribeiro, ambos em Salvador - Bahia; durante sua vida dedicou-se à Arte Poética e foi redatora-chefe, durante 13 anos, da página feminina do Jornal O Imparcial, além de colaborar no Diário de Notícias e nO Imparcial: sua produção poética foi reunida no livro Ciranda da Vida cujos recursos financeiros foram destinados à instituição Lar das Meninas sem Lar.
Casada com o médico Odilon Machado, de alguns anos desquitou-se sem ter filhos do próprio ventre; talvez por isso dedicou-se ao Lar das Meninas sem Lar, amparando crianças de outras mães, chegando, inclusive, a abrigar crianças em sua própria casa.
Posteriormente ao desquite e residindo em Itabuna – Bahia, conheceu o italiano Carlos Carmine Larocca, radicado no Brasil, e com ele constituiu novo lar.
Ainda em Itabuna, adotou por filha, em 1936, Nilza Yara Larocca; em 1947 mudou-se para Salvador com o novo companheiro e ajudando-o na administração do Café Baiano e da tipografia A Época, ambos de sua propriedade.
Em Salvador, adotou por filhas Maria Regina e Maria Rita (1954), Leny e Eliene (1956) e Lisbeth (1958).
Maria Dolores foi membro da Legião da Boa Vontade a quem prestou serviços de beneficência, partilhando seus dons de pianista, pintora, costureira e dedicada à arte culinária.
Maria Dolores também foi colaboradora ativa da obra de Divaldo Pereira Franco: em 15 de agosto de 1952 foi fundada a Mansão do Caminho, sendo que algumas das primeiras louças e talheres foram por ela doadas, além de trabalhar voluntariamente na Mansão, incluindo-se a confecção de cartões de Natal, pintados por suas mãos para serem vendidos em benefício daquela Casa.
A partir do ano de 1971 e na condição de espírito livre tornou-se ativa escritora através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier: contos em versos, poemas e trovas.
A relação de suas obras individuais recebidas por Chico Xavier e publicadas por várias editoras espíritas do país é a seguinte:
-Antologia da Espiritualidade, publicada pela Federação Espírita Brasileira em 1971;
-Maria Dolores, publicada pelo Instituto Divulgação Editora André Luiz (IDEAL) em 1977;
-Coração e Vida, publicada pelo IDEAL em 1978;
-A Vida Conta, publicada pela Cultura Espírita União (CEU) em 1980;
-Caminhos do Amor, publicada pela CEU em 1983;
-Alma e Vida, publicada pela CEU em 1984;
-Dádivas de Amor, publicada pelo IDEAL em 1990.
Em várias obras mistas, em prosa e verso, de Chico Xavier existem dezenas de produções poéticas de Maria Dolores, sobretudo com temáticas para o Natal e dia das Mães: escreveu o livro mediúnico Somente Amor em parceria com o espírito MEIMEI e publicado pelo IDEAL no ano de 1978.
Em vários livros psicografados por Chico Xavier tem-se o acerco de 18 trovas escritas por Maria Dolores:
–duas em Chão de Flores, publicado pelo IDEAL em 1975;
-uma em Notícias do Além publicado pelo Instituto de Difusão Espírita (IDE) em 1980;
–uma em Praça da Amizade, publicado pela Cultura Espírita União (CEU), em 1982;
–uma em Recados da Vida, publicado pelo GEEM em 1983;
–três em Os Dois Maiores Amores, publicado pela CEU em 1983;
-uma em Sementes de Luz, publicado pelo IDEAL em 1987;
–duas em Roseiral de Luz, publicado pela União Espírita Mineira em 1988;
–duas em Pétalas da Primavera, publicado pela União Espírita Mineira em 1990;
-uma em Fulgor no Entardecer, publicado pela União Espírita Mineira em 1991;
–uma em Uma Vida de Amor e Caridade publicado pela Editora Fonte Viva em 1992;
–três em Preito de Amor, publicado pelo Grupo Espírita Emmanuel S/C Editora (GEEM) em 1993.
De 1971 a 2002 foram trinta e um anos em que Maria Dolores esteve associada ao mandato mediúnico de Chico Xavier: suas obras mediúnicas e individuais ultrapassam o número expressivo de 180 mil exemplares vendidos.
Prefaciando suas obras mediúnicas individuais, o espírito Emmanuel assim qualifica Maria Dolores: "denodada obreira do Bem Eterno", "intérprete de Jesus", "alma abnegada de irmã", "irmã querida", "poetisa da vida", "Mensageira da Espiritualidade", "devotada Seareira do Bem", "irmã e companheira nas tarefas da Vida Maior", "nossa irmã e benfeitora", "Poetisa da Espiritualidade Superior".
As criações poéticas de Maria Dolores, sob as formas de poemas e trovas, não fazem apologia da arte pela arte; pelo contrário, sua finalidade político-pedagógica é traduzir observações e vivências na "exaltação do Bem sob o patrocínio de Jesus" e contribuir para a sublimação dos sentimentos humanos.

POEMA (Meimei)


                      
 
 
 
 
  Poema         
 
Meimei

Desejava, Jesus,
Ter um grande armazém
De bondade constante
Maior do que os maiores que conheço
Para entregar sem preço
As criaturas de qualquer idade
As encomendas de felicidade
Sem perguntar a quem.
Eu desejava ter um braço mágico
Que afagasse os doentes
Sem qualquer distinção
E um lar onde coubesse
Todas as criancinhas
Para que não sentissem solidão.
Desejava, Senhor,
Todo um parque de amor
Com flores que cantassem,
Embalando os pequeninos
Que se encontram no leito
Sem poderem sair,
E uma loja de esperança
Para todas as mães.
Eu queria ter comigo
Uma estrela em cuja luz
Nunca pudesse ver
Os defeitos do próximo
E dispor de uma fonte cristalina
De água suave e doce
Que pudesse apagar
Toda palavra que não fosse
Vida e felicidade.
Eu queria plantar
Um jardim de união
Junto de cada moradia
Para que as criaturas se inspirassem
No perfume da paz e da alegria.
Eu queria, Jesus,
Ter os teus olhos
Retratados nos meus
A fim de achar nos outros,
Nos outros que me cercam,
Filhos de Deus
E meus irmãos que devo compreender e respeitar.
Desejava, Senhor, que a bênção do Natal
Estivesse entre nós, dia por dia,
E queria ter sido
Uma gota de orvalho
Na noite em que nasceste
A refletir,
Na pequenez de minha condição,
A luz que vinha da canção Entoada nos Céus:
 - “Glória a Deus nas Alturas,
Paz na Terra, Boa Vontade em tudo,
Agora e para sempre!...
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier
                     
   
                                                     

Muita Paz.
RoseRolim

FUTURO DO PLANETA

Futuro do Planeta
                    http://www.mensagensdeluz.org/
                    Vanderlei Bacic  de Araujo.
Quando estamos nos preparando para retornar no plano físico, fazemos projetos de vida de um ponto onde paramos, incluindo profissão, religião, companheiro (a) e filhos. Esses espíritos que se ligarem a nós serão por afinidades de acordo com a nossa evolução e vidas anteriores. O projeto é feito dentro da harmonia e moral que Deus instituiu e o nosso irmão Jesus Cristo é o responsável pela sua execução no planeta.
O futuro reservado ao planeta Terra, só depende de cada um de nós ao ingressarmos no útero da nossa futura mãe. Nosso campo de energia se liga com a encarnante. A obrigação da sociedade como um todo é dar assistência pré-natal para o futuro irmão nosso que está se preparando para ingressar no mundo físico. Ao nascer, os pais terem condições financeiras em educá-lo e criá-lo de acordo com as necessidades.
Ao ingressar na fase da escola é dever do Estado ampará-lo com os conhecimentos adequados ao que mais se adaptar. No princípio dos estudos, devem-se ensinar os conceitos da língua do país onde nasceu, escrever, ler corretamente e aprender a matemática para se poder viver de forma honesta e moral.
Passando esta fase por meio de teste, observar em que esse ser humano se adapta nos estudos existentes na nossa época ou futuro. O espírito terá opção de escolher o que trouxe dentro da sua consciência e por em prática que reverterá em seu próprio benefício e da sociedade. Por exemplo, alguns poderão preferir trabalhos simples e manuais outros aptos por ciências, engenharia, medicina, astrologia, psiquiatria e muitas outras profissões em que se adaptar.
Em cada profissão escolhida por intermédio de testes, analisando a capacidade de cada um, será administrado todo conhecimento referente a cada profissão, mas não se esqueçam, qualquer que foi o trabalho a seguir você será digno dele e a sociedade por colaborar com a evolução sua e do planeta.
Após a formação intelectual vem à sobrevivência por intermédio do trabalho. Uma lei estabelecida para que todos os responsáveis pelos países e cidades dar condições de um trabalho digno a cada um de seu cidadão. Esse mesmo trabalho terá uma remuneração satisfatória para uma família ou pessoa se manter dentro da sociedade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Biografia: Santo Agostinho

Santo Agostinho
Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, em Tagaste, pequena cidade da atual Argélia.
Na cidade natal transcorreram sua infância e juventude, um ambiente limitado de um povoado perdido entre montanhas. Talhado para a oratória, ele lê e decora trechos de poetas e prosadores latinos.
Aprende elementos de música, física e matemática. Em Cartago fez seus estudos superiores e ali também entrou em contato com a alegria e esplendor das cerimônias em honras aos deuses protetores do Império.
Embora seja descrito como um jovem ponderado, dedicado aos livros, ele confessa que “amar e ser amado era uma coisa deliciosa”.
Ele passou a viver com uma mulher a quem foi fiel, tendo se tornado pai em 373, com apenas 19 anos.
Seu filho, de nome Adeodato, morreria aos 17 anos.
Desejava se destacar na eloqüência, confessa, por orgulho. Desejava ser o melhor.
Um livro de Cícero o alerta que “a verdadeira felicidade reside na busca da sabedoria.”
Retorna à sua cidade natal e se dedica ao ensino, por treze anos, depois ensina em Cartago e Roma. Dedicou-se ao estudo das Escrituras, contudo, achou seu estilo tão simples que se desiludiu e o abandonou.
Em Milão parecia ser um homem feliz: pago pelo Estado, personagem quase oficial (ocupava a cátedra da eloqüência), respeitado como professor. No entanto, ele se mostra inquieto. Busca a verdadeira alegria e não a encontra. Afeiçoou-se ao maniqueísmo, doutrina do profeta persa Mani.
Após 12 anos, insatisfeito com as respostas que a doutrina não lhe dava, recomeça a ler os Evangelhos e assistir os sermões do bispo Ambrósio, que o recebeu como um pai. Uma canção infantil, na voz cristalina de uma criança que insiste “Toma, lê”, faz com que ele procure o livro a respeito de São Paulo e retorne em definitivo ao cristianismo.
Sua vida daquele momento em diante seria meditar, escrever livros, discursar.
Em 391, é chamado a Hipona, um grande centro comercial de cerca de 30.000 habitantes. Cinco anos depois seria sagrado bispo auxiliar de Hipona.
Grande era a luta, à época contra as chamadas heresias. Agostinho, sempre orador oficial, nos sínodos e concílios em Cartago nunca esquece que “mais valioso que a palavra é o amor fraterno...
Os olhos dos doentes queimam, por isso são tratados com delicadeza... Os médicos são delicados até com os doentes mais intolerantes: suportam o insulto, dão o remédio, não revidam as ofensas.”
As palavras que mais aparecem em seus escritos são amor e caridade. Por vezes, desenvolvendo uma idéia interrompe seu raciocínio para deixar escapar gritos de amor a Deus: “Ó Senhor, amo-Te. Tu estremeceste meu coração com a palavra e fizeste nascer o amor por Ti. Tarde Te amei, ó Beleza tão amiga e tão nova, tarde Te amei... Tocaste-me, e ardo de desejo de alcançar a Tua paz.”
Duas vezes por semana falava na Igreja da Paz. Certa vez, discorrendo a respeito de São João se entusiasmou de tal forma que pregou durante cinco dias consecutivos, sempre aplaudido. Mas, dizia: “Vossos louvores são folhas de árvores; gostaria de ver os frutos.”
Tal era a admiração que tinham por Agostinho, que chegaram a acreditar que ele fosse capaz de produzir curas e lhe levavam doentes. “Se eu tivesse poder para curar”, dizia, “curaria a mim mesmo”.
A doença que o tomou durou poucos dias. Percebendo que se avizinhava a morte, pediu que o deixassem a sós, para orar. Morreu na noite de 28 para 29 de agosto de 430, aos 76 anos. Não deixou testamento, mesmo porque não tinha bens.
Os pintores medievais o retratam com o livro na mão e o coração em chamas. O livro simboliza a ciência, o coração inflamado, o amor. Sabedoria e amor foram os seus dons inseparáveis. Interessante anotar que embora seja sempre retratado com muita pompa e luxo, mesmo como bispo ele se recusava a usar o anel e a mitra.
Esse espírito foi convidado a participar da equipe do Espírito da Verdade e suas ponderações podem ser encontradas em vários momentos da Obra Kardeciana, entre eles em O livro dos espíritos (prolegômenos, resposta às questões 495, 919 e 1009), O evangelho segundo o espiritismo (cap. III, itens 13 e 19; cap. V, item 19; cap. XII, itens 12 e 15; cap. XIV, item 9; cap. XXVII, item 23), O livro dos médius (cap. XXXI, dissertações de número 1 e XVI - Acerca do espiritismo / Sobre as sociedades espíritas).
Fonte: Grandes personagens da História Universal, vol. 1 (Abril Cultural); O livro dos espíritos; O evangelho segundo o espiritismo; O livro dos médiuns.

Biografia - Auta de Souza

Auta de Souza

Nasceu em Macaíba, então Arraial, depois cidade do Rio Grande do Norte a 12 de setembro de 1876, era magrinha, calada, de pele clara, um moreno doce à vista como veludo ao tato. Era filha de ELOI CASTRICIANO DE SOUZA, desencarnado aos 38 anos de idade e de Dona HENRIQUETA RODRIGUES DE SOUZA, desencarnada aos 27 anos, ambos tuberculosos. Antes dela ter completado 3 anos ficou órfã de mãe e aos 4 anos de pai. A sua existência, na terra foi assinalada por sofrimentos acerbos. Muito cedo conheceu a orfandade e ainda menina, aos dez anos, assistiu a morte de seu querido irmão IRINEU LEÃO RODRIGUES DE SOUZA, vitimado pelo fogo produzido pela explosão de um lampião de querosene, na noite de 16 de fevereiro de 1887.
Auta de Souza e seus quatro irmãos foram criados em Recife no velho sobrado do Arraial, na grande chácara, pela avó materna Dona SILVINA MARIA DA CONCEIÇÃO DE PAULA RODRIGUES, vulgarmente chamada Dindinha e seu esposo FRANCISCO DE PAULA RODRIGUES, que desencarnou quando Auta tinha 6 anos.
Antes dos 12 anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Estância, onde recebeu carinhosa acolhida por parte das religiosas francesas que o dirigiam e lhe ofereceram primorosa educação: Literatura, Inglês, Música, Desenho e aprendeu a dominar também o Francês, o que lhe permitiu ler no original: Lamartine, Victor Hugo, chateubriand, Fénelon.
De 1888 a 1890, a jovem Auta estuda, recita, verseja, ajuda as irmãs do Colégio, aprimora a beleza de sua fé, na leitura constante do Evangelho.
Aos 14 anos, ainda no Educandário Estância, em 1890, manifestaram-se os primeiros sintomas da enfermidade que lhe roubou, em plena juventude, o viço e foi a causa de sua morte, ocorrida na madrugada de 7 de fevereiro de 1901 - Quinta-feira à uma hora e quinze minutos, na cidade de Natal, exatamente com 24 anos, 4 meses e 26 dias de idade. Os médicos nada puderam fazer e Dindinha retornou com todos para a terra Norte-Rio Grandense. Ei-los todos em Macaíba. Foi sepultada no cemitério do Alecrim e em 1906, seus restos mortais foram transladados para o jazigo da família, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, em Macaíba, sua terra natal.
O forte sentimento religioso e mesmo a doença não impediram de ter uma vida absolutamente normal em sociedade.
Era católica, mas não submissa ao clero. Ela não se macerou, não sarjou de cilícios a pele, não jejuou e jamais se enclastou. Era comunicativa, alegre, social. A religiosidade dela era profunda, sincera, medular, mas não ascética, mortificante, mística. Seu amor por Jesus Cristo, ao Anjo da Guarda, não a distanciaram de todos os sonhos das donzelas: Amor, lar, missão maternal. Com 16 anos, ao revelar o seu invulgar talento poético, enamorou-se do jovem Promotor Público de Macaíba, João Leopoldo da Silva Loureiro, com a duração apenas de um ano e poucos meses. Dotada de aguda sensibilidade e imaginação ardente dedicava ao namorado amor profundo, mas a tuberculose progredia e seus irmãos convenceram-na a renunciar. A separação foi cruel, mas apenas para Auta. O Promotor não demonstrou a menor reação.... É verdade que gostava de ouvi-la nas festas caseiras a declamar com sua belíssima voz envolvente, aveludada e com ela dançar quadrilhas, polcas e valsas, mas não era o homem indicado para amar uma alma tão delicada e sonhadora como Auta de Souza. Faltava-lhe o refinamento espiritual para perceber o sentimento que extravasava através dos olhos meigos da grande Poetisa.
Essa sucessão de golpes dolorosos, marcou profundamente sua alma de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma fé ardente e um profundo sentimento de compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia. Era vista lendo para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos, as páginas simples e ingênuas da "História de Carlos Mágno", brochura que corria os sertões, escrita ao gosto popular da época.
A orfandade da Poetisa ainda criança, o desencarne trágico de seu irmão, a moléstia contagiosa e a frustração no amor, esses quatro fatores amalgamados à forte religiosidade de Auta, levaram-na a compor uma obra poética singular na História da Literatura Brasileira "Horto", seu único livro, é um cântico de dor, mas, também, de fé cristã. A primeira edição do Horto saiu do prelo em 20 de Junho de 1900.
O sofrimento veio burilar a sua inata sensibilidade, que transbordou em versos comovidos e ternos, ora ardentes, ora tristes, lavrados à sombra da enfermidade, no cenário desolador do sertão de sua terra.
Em 14 de novembro de 1936, houve a instalação da Academia Norte-Rio Grandense de Letras, com a poltrona XX, dedicada a Auta de Souza.
Livre do corpo, totalmente desgastado pela enfermidade, Auta de Souza, irradiando luz própria, lúcida e gloriosa alçou vôo em direção à Espiritualidade Maior. Mas a compaixão que sempre sentira pêlos sofredores fez com que a poetisa em companhia de outros Espíritos caridosos, visitasse, constantemente a crosta da terra. Foi através de Chico Xavier, que ela, pela primeira vez revelou sua identidade, transmitindo suas poesias enfeixadas em 1932, na primeira edição do "PARNASO DE ALÉM TÚMULO", lançado pela Federação Espírita Brasileira.
Em sua existência física, Auta de Souza foi a AVE CATIVA que cantou seu anseio de liberdade; o coração resignado que buscou no Cristo o consolo das bem-aventuranças prometidas aos aflitos da terra. Além do túmulo, é o pássaro liberto e feliz que, tornado ao ninho dos antigos infortúnios, vem trazer aos homens a mensagem de bondade e esperança, o apelo à FÉ e a CARIDADE, indicando o rumo certo para a conquista da verdadeira vida.
A Campanha de Fraternidade Auta de Souza, idealizada pelo companheiro Nympho de Paula Corrêa e aprovada em 3 de fevereiro de 1953, pelo Departamento de Assistência Social da Federação Espírita do Estado de São Paulo, então dirigido pelo saudoso confrade José Gonçalves Pereira, é uma bela homenagem à nossa querida Poetisa, AUTA DE SOUZA.

MEIMEI (Biografia)

                                         

                                               MEiMEI



Seu nome de batismo, aqui na terra, foi IRMA CASTRO. Nasceu a 22 de Outubro de 1.922, em Mateus Leme-MG. Aos 2 anos de idade sua familia transferiu-se para Itaúna-MG. Constava de pai, mãe e 4 irmãos: RUTH, CARMEN, ALAIDE e DANILO. Os pais eram ADOLFO CASTRO e MARIANA CASTRO. Com 5 anos ficou orfã de pai.
MEIMEI foi desde criança diferente de todos pela sua beleza fisica e inteligência invulgar.
Era alegre, comunicativa, espirituosa, espontânea.
O convivio com ela, em familia, foi para todos uma dádiva do Céu. Cursou com facilidade o curso primário, matriculando-se, depois, na Escola Normal de Itaúna; porém, a moléstia que sempre a perseguia desde pequena – nefrite – manifestou-se mais uma vez quando cursava com brilhantismo o 2º ano Normal. Sendo a primeira aluna da classe, teve que abandonar os estudos. Mas, muito inteligente e ávida de conhecimentos, foi apurando sua cultura através da boa leitura, fonte de burilamento do seu espírito. Onde quer que aparecesse era alvo de admiração de todos.
Irradiava beleza e encatamento, atraindo a atenção de quem a conhecesse. Ela, no entanto, modesta, não se orgulhava dos dotes que DEUS lhe dera. Profundamente caridosa, aproximava-se dos humildes com a esmola que podia oferecer ou uma palavra de carinho e estímulo. Pura, no seu modo simples de ser e proceder não era dada a conquistas próprias da sua idade, apesar de ser extremamente bela. Pertencia à digna sociedade de Itaúna.
Algum tempo depois, transferiu-se para Belo Horizonte, em companhia de uma das irmãs, ALAIDE, a fim de arranjar colocação. Estava num período bom de saúde, pois a moléstia de que era portadora, ia e vinha, dando-lhe até, às vezes, a esperança de que havia se curado. Foi nessa época que conheceu ARNALDO ROCHA com quem se casou aos 22 janeiros de idade. Viviam um lindo sonho de amor que durou 2 anos apenas, quando adoeceu novamente.
Esteve acamada três meses, vítima da pertinaz doença – nefrite crônica. Apesar de todos os esforços e desvelos do esposo, cercada de médicos, veio a falecer no dia 1º de Outubro de 1.946, em Belo Horizonte.
Logo depois, seu espírito já esclarecido começou a manifestar-se através de mensagens psicografadas por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER, e prossegue nessa linda missão de esclarecimento e consolo, em páginas organizadas em várias obras mediúnicas, que têm se espalhado por todo o Brasil e até além das nossas fronteiras.
Seu nome "MEIMEI" (expressão chinesa que significa "amor puro"), agora tão venerado como um "Espírito de Luz", foi lhe dado em vida, carinhosamente, pelo esposo ARNALDO ROCHA.


Mentor

                                                                                MENTOR
                                                                                                
                                                                                            Paulo Cezar Rozeto

Chegamos a um tempo de nossas vidas em que as reflexões acontecem até involuntariamente, é quando percebemos que nossa atenção se conduz mais para o espiritual que para o material. Refletimos desde nossas primeiras lembranças até o momento vivido, acontecimentos sutis que passaram uma vida desapercebida agora os entendemos, e somente então damos importância à religiosidade que aceitamos em nossas vidas. Era meio dia, final do inverno no ano de mil novecentos e sessenta e quatro, eu tinha doze anos de idade, e tudo era apenas uma aventura, estar fora de casa, alimentar-se de lanches, não ter nenhum compromisso, enfim apenas um passeio. Nossa viagem iniciou às cinco horas, fomos de Curitiba até aquele local no estado de Santa Catarina, e quando o ônibus parou em meio aquela mata tudo o que podia ver era apenas ônibus, caminhões, carros e muita gente. A paisagem era maravilhosa, em meio a serra com montanhas e muitas árvores enormes. Ao desembarcarmos fomos imediatamente para o final de uma fila que pude constatar ter quase um quilômetro de extensão entre subidas e descidas no meio da mata. Ao anoitecer eu impaciente já tinha visto todo tipo de pessoas, homens mulheres, crianças adultos, uns sorrindo outros chorando, aos gritos de dor, alguns passavam pela fila carregados em macas ou mesmo no colo e indo direto para o início da fila. Mas ao anoitecer a fila parou de andar, ficamos sabendo que o monge iria descansar e retornaria só na manhã seguinte, e nós passaríamos a noite ali na fila, recostado a uma árvore ou num barranco sobre a relva. Podia se ver algumas velas acesas ao longo da fila, o meu pequeno grupo que era o Seu Osvaldo, sua esposa, e a filha que tinha mais ou menos a minha idade dispunha de bastante comida, mas passamos muito frio na madrugada. Foi sem dúvida o alvorecer mais lindo que já vi, o sol majestoso trouxe a luz, trouxe os sons que eu já conhecia e nunca havia prestado atenção ou dado importância, mas quando senti sua falta eu os valorizei muito. E o calor então, o sol foi crescendo e me fez lembrar minha mãezinha estendo um cobertor sobre meu corpo. Indescritível sensação. Nos rostos próximos era possível ver fagulhas de alegria, mesmo em meio a tanto desconforto. A fila recomeça a andar, mais ou menos ao meio dia chegou minha vês de receber a benção do monge João Maria de Agostinho. Eu sequer sabia porque estava ali, eu fui apenas fazer um passeio convidado pelo Sr. Osvaldo, apenas uma aventura. Ali, no final daquele morro corria um riacho de águas limpas, bem na margem fora erguido um pequenino barraco de palha onde iniciava a fila e ficava o velho monge sentado impondo suas mãos sobre a fronte das pessoas, seus olhos pequeninos eram as cores diferentes que ressaltavam de seus longos cabelos e barbas brancas. É claro que cada um que ali passava levava consigo algo que somente este poderia dizer, mesmo que somente no tempo das reflexões, ou talvez algo como uma semente que um dia brotaria e daria frutos. Em Curitiba morávamos vizinhos, minha família e a do Sr. Osvaldo, eu era colega de escola da filha do Sr. Osvaldo, daí nosso conhecimento e relacionamento. Seu Osvaldo estava terminando a construção da casa em que morava sua família, aos finais de semana eu era seu ajudante nos afazeres, pintava, pregava e até um poço de água nós dois cavamos bem em frente a sua casa, simbolicamente como pagamento eles me levavam ao cinema nos sábados à noite, assistíamos aos três patetas, o gordo e o magro, filmes da época. Este relacionamento tornou-se tão intenso que parecia filho e pai, tornei-me até o barbeiro que cortava seu cabelo, com todo cuidado, pois ele tinha uma berruga logo acima da orelha direita e era preciso cuidado para não machucar. Na casa tinha uma saleta onde os três membros da família atendiam pessoas que os procuravam e transmitiam uma espécie de benção com a imposição das mãos. Eu mesmo sem saber ou entender por várias vezes recebi estas bênçãos. Algum tempo depois de uma viagem em que fui com esta família para receber a benção de um monge, numa tarde dessas que os poetas chamam de preguiçosa, soube que o Sr. Osvaldo tinha morrido, aquela berruga em sua cabeça que tantas vezes cuidei para não machucar era um câncer. Somente da rua eu pude ver dentro da casa, na sala as velas acesas e o lado do caixão. Não tive coragem e nem vontade de ver O Sr. Osvaldo. Da rua mesmo fui embora e não mais voltei aquela casa. O destino fez com que logo depois minha família mudasse para outro lado da cidade e nunca mais me lembrei do Sr. Osvaldo e sua família, não sei explicar como isso aconteceu, nenhuma lembrança até... Quando adulto, casei-me e fui morar no interior do estado de São Paulo, na cidade onde vivia a família de minha esposa. Família toda seguidora da religião espírita onde tive meu primeiro contato com o espiritismo. No centro espírita Redentor acontecia uma reunião de trabalho, foi quando a presidente dos trabalhos e médium vidente referiu-se a mim e descrevendo uma entidade um espírito desencarnado que estava ao meu lado, e demonstrava muita felicidade. Pela descrição a minha sogra mais seu irmão que também estavam presentes identificaram a entidade como um irmão seu já desencarnado que era chamado de Tio Nenê, para mim tudo bem e na seqüência inicie meu trabalho de desenvolvimento mediúnico psicografando mensagens que terminavam sempre com a frase. “Amigo de verdade jamais sente saudades”. Mensagens que as guardo com muito carinho até os dias de hoje. Quando nos referimos ao tempo e dizemos tantos anos, realmente não dá para avaliar, é preciso parar e refletir sobre os acontecimentos, e cada um e apenas ele sabe as proporções que assumiu cada mero acontecimento, e assim em bela manhã eu brincando com minha filha em seu carrinho de bebe, lembrei-me do Sr. Osvaldo. Desse momento em diante as mensagens psicografadas tinham assinatura, e a descrição da entidade feita médium vidente não poderia ter sido mais perfeita, e ao longo de todo meu tempo, a certeza deste amigo ao meu lado. Quarenta anos depois, atendendo a pedido do Sr. Osvaldo meu mentor espiritual, fui visitar sua família na mesma casa em Curitiba, mas só encontrei-me com sua viúva e lhe relatei o acontecido, e como instrumento psicografei uma mensagem que fez aquela velha senhora chorar muito e dizer-me ter entendido tudo o que estava escrito. Muitas transformações haviam acontecido na casa, muito mais em nossas vidas, mas o poço de água, agora mesmo sem uso ali estava em frente da casa simbolicamente saciando a sede.
 Paulo C. Rozeto. 28/08/2007
Com autorização do autor :Paulo C. Rozeto, agora no Plano Espiritual.
Que apesar de ter partido, continua vivo em nossos corações.

                            Muita Paz!



  O DESPERTAR
 
                                RoseRolim
 

    A chuva abundante não dava trégua.
Da minha singela moradia, podia ouvir, ao longe,
  gritos desesperados de famílias inteiras que perdiam tudo.
Seus pertences, familiares, bichinhos de estimação.
Deus, para mim, era inexplicável. Como poderia deixar que tantas tragédias acontecessem?
Mas eu não sairia de meu lar, onde com tanto sacrifício eu construira.
Morava com minha esposa Jandira, meu filho Jarbas, Denise minha filha caçula e minha mãe de 60 anos, doentia e franzina.
_Vamos embora daqui pelo amor de Deus Zé.
_Por que Jandira? Nossa casa não corre risco nenhum, é sólida.
 Eu a construí, tijolo por tijolo, não vou sair para os outros invadirem!
Confesso que era “cabeça dura”, como dizia minha mãe
_Peça a teu deus pra proteger a gente!
 Você e a mãe não vivem dizendo, que ele tudo pode? Então!
_Ta bom Zé, mas eu vou levar as crianças e a vó para um lugar seguro, se quiser ficar fique.
 Não vamos esperar que Deus arranje tudo! Mas vou rezar por você.
Eram mais ou menos 13 horas.
A chuva caía torrencialmente.
Com pequenas trouxas lá ia minha família implorando para que eu fosse com eles.
_Vem Zé. Não seja turrão.
_Vou nada! Vocês é que vão voltar com os rabinhos entre as pernas.
Todo dia durante 10 dias Jandira vinha, trazia comida pra mim que era um preguiçoso de marca.
Ela sabia que se não trouxesse eu não comeria. O chato eram os conselhos.
_Vamos Zé na casa do teu irmão estamos bem,
É só um tempo até que passe a chuvarada.
_Vou nada...
Num desses dias, Jandira veio e trouxe Denise.
_Ela queria tanto te ver Zé estava agoniada de saudades.
_Fez bem em vir... Ando meio triste sozinho.
De repente fiquei frio... Um estrondo horrível seguido de um raio.
_Eita... Este foi perto. Confesso que senti medo.
Mal tive tempo de olhar pela fresta da janela. Meu coração parou.
Um rio de lama e detritos avançava se agigantando em nossa direção!
_Entrem debaixo da mesa! Rápido.
Não me lembro de ter visto mais nada até que senti meu corpo adormecido.
Quis gritar mas a voz teimava em não sair.
Em tênue luz eu vi Denise sorrindo para mim
_Não fale nada papai... Apenas pense, posso te ouvir.
_Denise??? Como é isso? Pode me ouvir? Eu te ouço também...Estou tão confuso.
_Calma...
_Cadê Jandira? Que aconteceu?
_Calma... Os bombeiros vêm vindo, vão salva-la, ela ficará ainda uns tempos por aqui.
_Denise, filhinha. Não sinto minhas pernas, meus braços.
_Vê essa luz papai..É a bondade de Deus se fazendo presente.
Essas pessoas, com macas são grupos de Espíritos Socorristas,
Enviados de Deus para
Ampararem os que estão deixando o planeta Terra.
_O que?  Isso não pode estar acontecendo... Deixando a Terra? Mas eu estou vivo. E você também.
_Sim papai, com certeza estamos vivos. Desfizemo-nos de nossos corpos perecíveis, mas nossos espíritos são imortais.
Naquele momento, me senti carregado para uma das macas, sem que ninguém tocasse em mim.
Não vi mais nada.
Não sei quanto tempo passou, quando a lucidez novamente tomou conta de mim.
Ao lado de meu leito, pessoas, que mais tarde vim saber eram espíritos, aplicavam-me passes de refazimento.  Trouxeram-me um caldo reconfortante.
Refeito, avistei minha filhinha que sorria para mim.
Tenho tanto que aprender!
Mas gora sei que nunca estamos sozinhos e que Deus em sua Divina bondade, não desampara seus filhos,
Independente da escala social, cor ou credo.
Muita paz!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011




O PRISIONEIRO
        RoseRolim

Hei rapaz...
Olhei assustado.
__Eu?
__Sim você mesmo..., não me recolhesse né? Pois eu nunca o esquecerei. Pega ladrão..., pega ladrão...
Em um minuto  senti- me  agarrado pela multidão que se aglomerava.
__Não fiz nada, sou inocente.
__Inocente heim?.. todos iguais. Mas desta vez você não se safa, ordinário, cafajeste, bandido.
O que se passava meu Deus, eu nunca em minha vida tirei uma agulha de ninguém.
A policia chegara.
Me jogou de qualquer jeito dentro do “camburão”.
Fiquei perplexo!
Tudo vai se esclarecer, vai claro, sou inocente.
Seguindo a policia o homem que me acusara, esbravejava, era obvio que me odiava.
Meu Deus, que faço agora nem tenho dinheiro pra uma defesa.
Sei que sou inocente mas, porque está acontecendo isso comigo?
Acusavam-me de ter roubado uma joalheria.
Como puderam... nunca, juro, nem conhecia a tal relojoaria.
Fui espancado, até que exausto, ensangüentado,
Morrendo de tanto apanhar, confessei o ato que não praticara.
Fui condenado a dez anos na Penitenciaria.
Cada dia que se passava eu me perguntava:
__Cadê Deus?
Como pode deixar que isso acontecesse comigo Deus?
__Havia perdido completamente a fé.
__Meus pais perplexos, choravam tanto nas visitas que eu resolvi não recebê-los mais.
Um ódio contra todos tomou posse de mim.
De homem pacato tornei-me em um homem endurecido, seco, sem sentimentos.
Não tinha amigos só inimigos, era temido pela minha coragem.
 Dia e noite me lembrava do rosto daquele homem que injustamente me acusara.
Brigava por qualquer coisa e não eram raras as vezes que eu ficava dias na solitária.
Lá só com meus pensamentos fazia exercícios, e me fortalecia o quanto possível,
pois as refeições eram raras.
Dês anos se passaram.
Cumprira minha pena, porém, lá fiquei mais dois anos.
Talvez por pirraça do Diretor da Penitenciaria por eu ter sido tão rebelde.
Mas um dia veio a liberdade.
Entregaram-me meus pertences...Isto é minhas roupas, um pente um chaveiro com uma chave que eu nem me lembrava mais de onde era, documentos e só.
Os portões foram abertos...nenhuma despedida...ninguém a minha espera.
O sol forte feriu-me os olhos, a cidade mudara, mas eu nem me dera conta.
 Sem dinheiro não sabia aonde ir.
Estava só sem pais, sem amigos, sem lar.
Morava nas ruas, para comer catava papelões ou latinhas, capinava raramente um quintal por um prato bem reforçado e algum dinheiro.
Comecei a beber.
Conheci amigos de rua, ajudávamos mutuamente.
Ninguém sabia minha história.
Um dia, ao passar por frente a uma loja de tvs, uma noticia me chamou a atenção.
Quem souber do paradeiro do Sr.Orlando Silva Botelho, por favor,  entre em contato com nossa emissora ou ligue 345....
Orlando era eu. O que mais haviam de querer de mim?
O comentário no Beco se espalhava:
__Sortudo esse cara, tal de Orlando.
Eu, era agora o Zé, mais fui me chegando queria saber a história.
__Quem é esse tal? Perguntei.
__Ei home, num vê notiça é? Ta qui no jornar.
Esse cara ta feito na vida, parece que aparceu um tarzinho que robô a relojoaria ou sei lá o que,
e o tal foi preso no lugar do outro.
Agora querem ele, vai ganhá uma bolada,
História cumpricada.
Por um momento fiquei cego, tonto quase caí, porem meu amigo me amparou sorrindo.
__Hei Zé cana braba hem?
Não sabia o que fazer.
Medo, Orgulho por ser reconhecida minha inocência.
Ódio pelo maldito ter se calado tanto tempo.
O que me acusara já havia morrido soubera.
Meus pensamentos giravam e eu não chegava a conclusão nenhuma.
Até que me decidi.
Vou me apresentar..., Mas tenho que arranjar advogado acho...Vou ver se consigo.
Fui a Defensoria Pública.
Expus minha história. Dr. Campelo mui gentilmente
Deu-me roupas limpas, tomei banho e me barbeei.
Nossa nem parecia eu. Fomos de carro até a Delegacia.
Fato esclarecido, a imprensa e os jornais, os mesmos que me difamaram,
agora me elogiavam e transmitiam sua indignidade pelo erro Jurídico.
Recebi realmente uma alta “bolada”
 como disse o “Leco”.
Quis conhecer o facínora que me fizera passar por ele.
Porem Dr,. Campelo me disse:
__Porque? Perdoa filho... São expiações do passado.
Não entendi nada desse negócio de  expiações, passado,
Mas com o tempo, tornei-me grande amigo do Dr. Campelo.
Sempre calmo, presenteou-me com alguns livros, e hoje creio novamente na justiça Divina.
Perdoar era difícil, mais fui me esforçando...
Dois anos depois a noticia de que aquele homem partira para a vida eterna,comoveu-me.
Senti então que podia perdoar.
Hoje constitui família, procurei meus pais e sou feliz.
Visito sempre minha família da rua, ajudo-os no que posso.
O passado? Procuro não lembrar.
Porque procurar a dor quando sou agora tão feliz?.

INFORTÚNIOS
                             RoseRolim



Maria e Adelaide tagarelavam na cozinha da mansão.
 -Dona Andira tá demorando pra mandar servir a mesa do café.
-Verdade já passa das 9... A essas horas ela até já terminou o desjejum.
_E o Dr. Fernando? Também não desceu, será que os patrões resolveram
 “fugir às regras” como diz a patroa?
Ambas riram.
-Bom, vou fazer meu trabalho... Até Maria...
-Bom trabalho.
Adelaide seguiu em direção a escadaria que levava aos inúmeros quartos da mansão.
Parou por uns instantes diante do imenso aquário, paixão do Dr. Fernando.
Ouviu um barulho estranho vindo da escadaria, voltou o olhar e deparou com Dr. Fernando, d escendo as escadas como um sonâmbulo.
Olhar inexpressivo, braços caídos ao longo do corpo esbelto, andar trôpego.
- Dr. Fernando, o senhor tá bem?
Não obteve resposta.
Com olhar apreensivo viu seu patrão chegar até a mesa do telefone.
-Alo? É da policia? Minha esposa ...
Um soluço até então preso em sua garganta fez-se ouvir em um choro compulsivo.
O telefone fugiu de suas mãos, aquele homem  assim exposto, parecia um menino
Frágil e indefeso.
Adelaide, não sabia o que fazer.
Socorrer o patrão?
Subir a escadaria?
Chamar o resto dos serviçais?
-Meu Deus, Maria, corre aqui...
-Que foi mulher, parece que viu um fantasma....
_Fique aqui com o Dr. Vou ver o que aconteceu com a patroa.
-Mas o que está acontecendo Sto. Deus.
Subindo os degraus de dois em dois, Adelaide ofegante, chegou ao quarto do casal,
Bateu de leve na porta, não obtendo resposta entrou.
A cena que deparou nunca mais vai sair de sua lembrança.
Dona Andira, olhos fechados como se estivesse dormindo, jazia no leito do casal.
Ao redor da cabeça, uma imensa mancha de sangue já coagulado se destacava
Nos travesseiros alvos de cetim.
Adelaide abafou um grito, levando as mãos na boca.
-Meu Deus, murmurou... Correu em direção ao corpo inerte tocou os cabelos de Dona Andira,
No desespero de ter sujado as mão de sangue, limpou-as no avental de linho.
Voltou-se para sair do quarto quando deparou com Marcio o filho do casal.
_Que está acontecendo aqui?
Adelaide... o que fez com mamãe?
-Eu? Nada, nada, não fui eu pelo amor de Deus.
-E suas mãos sujas de sangue, sua roupa, como explicam?
- Você não tá pensando que eu...
- Assassina!
Adelaide, atônita, sentiu o frio aço das algemas em seus pulsos.
-Não fui eu juro. Pergunte pro Dr. Fernando.
-A senhora tem direito a uma ligação para seu advogado.
Ao descer as escadas, Adelaide pode ouvir o choro doloroso de Maisa
 abraçada ao seu pai.
-Não me deixe paizinho, não...
 Dr. Fernando não resistira a tamanho sofrimento.
Mal sabia Maisa que também perdera sua mãe.
- Ninguem sai e ninguém entra, por favor, disse o inspetor de policia.
Diante dos fatos, todos são suspeitos.
Marcio amparou a irmã, procurando a maneira mais amena
 Para lhe falar sobre a mãe.
Foram dias de terror.
Adelaide foi presa,  as investigações continuavam lentas, varias
Impressões digitais foram encontradas no local do crime.
Dona Andira recebia frequentemente seus filhos ali
nos aposentos do casal e Adelaide era a serviçal.
Os valores da casa, permaneciam em seus lugares assim como o cofre intacto,
Levando a policia a descartar a possibilidade de roubo.
As investigações duraram dois anos.
Por falta de provas Adelaide foi liberta, mas como era de se esperar
Não mais foi aceita na casa dos antigos patrões.
Sem ter para onde ir, logo ficou sem condições de sobrevivência.
Maisa era a única pessoa que acreditava na sua inocência, mas não podia
ajudá-la em nada pois ainda faltavam alguns meses para que ela completasse dezoito anos
Maria  a pouco trabalhava na casa, não conhecia tão bem Adelaide ao ponto de confiar nela.
Os outros serviçais, motoristas, jardineiro, não tinham muito contato com ela.
Sentada no banco da pracinha, Adelaide conformada com a sorte, observava os pombinhos,
Disputando migalhas que o menino jogava.
- Que lindo garoto. Mas será que ele está sozinho aqui? Falou com seus botões.
Os pombos voaram em direção da rua movimentada.
Nisto o menino levantou-se e correu também tentado
Pegar os pombinhos
Por impulso Adelaide tambem correu segurando o garoto com firmeza, impedindo assim que ele fosse atropelado.
Desesperada a mãe do garoto apareceu. O motorista nem sequer parou.
-Rodrigo, meu filho...
-A moça me salvou mãe, tive tanto medo!
-Obrigada, nem sei como agradecer.
-Ora, não fiz mais que minha obrigação.
-Fico-lhe eternamente grata.
Quis dar-lhe algum dinheiro, mas ela não aceitou.
Fabrício dono de uma banca de revistas ali na pracinha olhou a acena comovido.
A mulher arriscara sua vida para valvar a do menino que nem conhecia. E apesar
Da vida humilde que demonstrava ter, não aceitou paga pelo que fizera.
-Vi o que fez moça, parabéns! È corajosa!
 Adelaide riu timidamente .
-Oras, é nossa obrigação ajudar o próximo.
Meses depois Fabrício Veio a tornar-se seu companheiro.
Um dia, voltando do cinema com Fabrício, Adelaide viu Marcio.
Ele também a viu. Parecia estar bêbado.
-Coitado, comentou com Fabrício...
Meu ex patrãozinho, sentiu mesmo a morte dos pais.
No final da semana  os jornais traziam na primeira pagina a manchete:
DESVENDADO O CRIME DA MANSÃO ALBUQUERQUE.
 E seguia.
Apresentou-se nesta Delegacia, o Dr. Marcio Albuquerque engenheiro...
 Filho da Sra Andira Albuquerque,
Assassinada a cinco anos ...
Dr. Marcio, veio acompanhado de seu advogado, para prestar esclarecimentos sobre o crime...
O engenheiro em depoimento, disse estar arrependido por acusar uma pessoa inocente...
Disse também, ter presenciado o crime e que para proteger a família do escândalo acusou a domestica...
Disse ainda, saber que sua mãe Sra. Andira Albuquerque, mantinha um caso amoroso, fora do casamento
E que, na noite do crime, presenciou seu pai Dr. Fernando Albuquerque, ofende-la verbalmente
E golpeá-la varias vezes na altura do crânio, com uma estatueta de metal, que ele,
Dr. Marcio Albuquerque, retirou da cena do crime e enterrou no jardim no canteiro de rosas...
Disse também estar a procura do paradeiro da então, serviçal que ele tanto prejudicou,
Para indenizá-la de alguma forma.
Fabrício tinha certeza que a noticia tinha a ver com sua companheira.
Correu para casa.
-Adelaide olha só isto...
-Que foi?
A medida que lia o jornal, seu rosto adquiria uma expressão angelical.
_Graças a Deus... Dr. Marcio se arrependeu. Não lhe quero mal.
-Como assim? Esse homem arruinou sua vida!
-Será mesmo Fabrício?
 Será que se os acontecimentos fossem diferentes eu conheceria você e seriamos tão felizes?
Naquele momento Fabrício compreendeu que tudo na vida tem uma razão de ser.
Que mesmo não conhecendo os motivos de nossos infortúnios, devemos confiar no Criador da Vida.
Pois tudo passa e nada é por acaso!

Muita Paz.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

 





EDIFICANTE ROTINA


RoseRolim


Quando a noite chega mansamente,
Trazendo a lua de prata em seu seio,
Adornada por estrelas cintilantes,
Expulsa o dia, no percurso rotineiro.
Sombras se formam onde a luz havia,
Testemunha muda...
Serena e compassiva,
Vela o sono do Anjo que transmuda
Deixando a Terra, para a vida verdadeira.
Além... espia o velho abandonado,
Febril, completamente só, angustiado,
Tem a fome como companheira,
Ele, que trabalhou a vida inteira!
A mãe, com ternura embala seu menino. 
Agradece a Deus, Senhor da Vida,
Por ter-lhe dado o filho almejado,
Acalmando aquela alma tão sofrida.
 
A noite visita, o pobre encarcerado.
Que por seus erros paga prisioneiro.
Plantou seus sofrimentos,
O tempo inteiro.
A dor moral é tanta!.
Que é dos filhos?
Da mulher amada?
O grito insano finda na garganta.
Vai noite, agora a largos passos,
Siga seu destino, para trás dos montes,
Dê lugar ao dia que chega deslumbrante.
Pra começar de novo, a rotina edificante.


Muita paz!

 

HÁ LUZ NO FIM DO TUNEL.







HÁ LUZ NO FIM DO TÚNEL
                         RoseRolim 

O menino, contrariado seguia em direção ao colégio.
Despreocupado descia a ruazinha chutando uma latinha de refrigerante.
_Que vida chata! Estudar, estudar, pra que?
Conheço um monte de gente que nem estudou quase e é bem sucedido.
_Ei cara! Chega i mano!
_oi....
- Vou te mostrar uma parada maneira,veio.
-Não sei não, to indo pra aula.
_Cê é Mané mermo irmão, imbora, chegue i.
Ambos sentaram-se embaixo da árvore frondosa a duas quadras do colégio.
_Cê fuma?
-Não...
_Ta na hora meu, pega í mano.
 Paulo, já fumara outras vezes, escondido é claro,
Ai se seus pais soubessem, na certa levaria um sermão.
O Outro, conhecendo seus pensamentos retrucou.
_Ninguém vai sabê ii! Disse oferecendo o cigarro.
-Paulo notou que enquanto falavam, Careca enrolava o cigarro cuidadosamente.
-Imbora veio, demorô.
Num impulso Paulo pegou das mãos estendidas do Careca o cigarro fumegante.
A primeira tragada foi terrível.Tossiu tanto que parecia que ia perder o ar.
_Ki Kia Kia....ria careca.Fique macho meu! Respire.
_Isso não é cigarro comum.
-Na boa irmão, Beck  (Cigarro da erva.) manero. Vai, vai !
_E você, vai fumar não? Perguntou timidamente Paulo.
_To na boa irmão é pra tu.
Foi assim que Paulo iniciou-se nas drogas.
Dona Marta, trabalhava muito pra manter os filhos, junto com seu Juvenal, pedreiro de mão cheia,
Mas que ultimamente não conseguia emprego fixo.
Os filhos, cinco, eram todos menores, ainda bem que tinham uma casinha onde, mesmo humilde os abrigava do frio.
À noite ouvindo o tamborilar da chuva no telhado, Marta conversava.
_Estou achando Paulo um pouco estranho.
Quase não come, anda arredio, mal fala, ele que é tão tagarela.
_Deve ser por causa das provas do colégio.
_Então... As notas dele caíram. A Lucia me disse que não tem visto ele no colégio.
A Lucia nunca gostou muito do irmão, vai ver é fofoca. Mesmo assim amanhã vou ter
Uma conversa com ele.
Paulo deixara de ir ao colégio, mais tarde dona Marta soube pela Diretora,
Em reunião de pais e mestres.
Seu Juvenal virou uma fera.
-O que está pensando esse moleque. Única coisa que faz na vida é estudar
E ainda assim falta às aulas?
-Dona Marta chorava baixinho, sabia que alguma coisa estava acontecendo.
Paulo era um menino bom. Alegre, carinhoso, mas ultimamente andava mesmo estranho.
Mal falava, andava até mesmo desleixado.
_Paulo, cadê a bermuda nova? Não vi mais ela.
_Sei não mãe, também não vi.
Um remorso muito grande tomou conta de Paulo.
Ele sabia sim muito bem onde estava.
Dentro de sua mochila para trocar por drogas e o tênis novo também.
_E aí Careca, trouxe o bagulho?
_Na mão veio, mas sem grana...
_Trouxe uma bermuda e um Pisante novinho.
_aew  mano, num vai dá, meu...quero grana meu!
-Mas Careca eu não tenho...
- Poh veio, aew c kebra a firma.
Siguinte véio, é bom se ligá. Vai no assalto ogê!
 Depois c paga os papelote firmeza sangue truta?
Fico cos bagulho.
Paulo, coagido pelo desejo da droga tornou-se ladrão.
Apresentado pra tantos outros marginais, tourou-se um.
Dalí em diante o garoto inocente transformou-se
Em crápula sem escrúpulos.
Seu pai, homem decente via a única alternativa, expulsá-lo de casa.
Contra a vontade de Dona Marta que implorava para seu Juvenal, ponderar
_ Não adianta Marta, pode chorar!
Esse malandro não quer mudar.
“O pau que nasce torto morre torto”
Assim com desesseis anos, Paulo, passou a morar nas ruas.
Dona Marta escondida do marido, tantas vezes buscou o filho,
Para aconselha-lo, dar-lhe sua benção e apoio com preces.
Paulo ouvia a mãe cabisbaixo, choroso, a abraçava com carinho,
Mas quando ela se afastava, ele corria em busca de dinheiro fácil para sustentar o vício.
Sentada no mesmo banco da pracinha, minutos antes do encontro com Paulo,
Dona Marta conhece Isaura, também mãe de filho marginalisado.
_Pois é Isaura, que será do futuro de nossas crianças?
Nem falo do Paulo e do Marcos, mas de todas em geral.
Falo da fome, da falta de teto, da agressividade do mundo.
Da falta de escolas, saúde, empregos decentes.
Do exagero da violência, do ódio entre irmãos.
Enchugando uma lágrima que teimava em cair Isaura calmamente responde:
_Tepende de nós amiga! Da nossa reforma íntima.
Estamos colhendo os frutos que com certeza plantamos.
Se analizar-mos somente esta faze de nossa vida, vamos encontrar
Tudo isso que você mencionou, mas se tomarmos conhecimento de que
Trazemos de outras encarnações, dívidas que temos que saldar...
_Como assim? Perguntou Marta surpresa.
_Sabemos que nossa vida não termina com a morte certo?
_Não? Acho que sim. Morreu acabou!
_Não teria sentido, veja, como explicar, a diferença social por exemplo.
Uns nascem em berço de ouro, outros nas favelas, uns sãos, outros doentes.
Uns perfeitos, outros mutilados, cegos, surdos.
Deus na sua infinita bondade, não discriminaria assim seu filhos.
_Nossa... Pensando assim... mas, continue.
_Então quando Jesus mencionou:
_Há muitas moradas na casa de MEU PAI, ele falava da existencia de outros mundos.
Mas como chegar a estes mundos? nos perguntamos. Atravéz do aperfeiçoamento
Espiritual.
Já ouviu dizer que morrendo é que se vive para a vida eterna?
Isto quer dizer que quando morremos, isto é, nosso corpo morre,
Nossa alma liberta, volta à verdadeira Pàtria, o mundo espiritual.
_Lá, amparados pela espiritualidade amiga,
 somos esclerecidos do porque de nossa existência conturbada.
Conhecedoras de que não somos vítmas mas apenas espíritos endividados,
Em busca de evolução, temos a chance de retornar novamente à nova existencia,
Nascendo entre afetos e desafetos, para que juntos possamos perdoar e sermos perdoados.
-Apaixonante seus esclarecimentos Isaura, queria muito saber mais.
_Comece amiga, lendo O Evangelho Segundo o Espiritismo. É muito esclarecedor.
Eis meu endreço, vá em casa quando quizer. Poderemos estudar juntas.
_Vou sim amiga. Obrigada.
Nada acontesse por acaso, Paulo, Marcos e tantos outros, não souberam aproveitar
A nova chance, mas e nós?
Quem pode afirmar com certeza que em outras encarnções não levamos a discordia e a dor
Á outros lares atravez das drogas? Agora sentimos na pele o mal que causamos.
Muita Paz!


Sonhar e viver

                                                                                 



    SONHAR E VIVER.

                                    RoseRolim

Era um lindo domingo de sol, despertei um pouco preguiçoso,
Fiquei ainda mais alguns minutos na cama e de novo peguei no sono.
Sonhei.
Um sonho tão real que ao acordar me surpreendi.
Era capaz de jurar que vivera aquele sonho.
Pus-me a recordar então detalhe por detalhe, agora acordado, mas com a sensação de estar ainda sonhando.
Me encontrava sentado descalço, com a bainha da calça dobrada na altura dos joelhos,
Pés brincando nas águas do riacho límpido .
Mangas regaçadas, chapéu de palha cobrindo-me a fronte do sol.
Logo à minha direita, um campo recortado por uma estradinha de terra estreita e esburacada.
Chamou-me a atenção aquela estrada, pois ouvia, vindo de lá, um som de cavalos trazendo uma carroça.
Curioso, levantei-me e cheguei bem perto da estrada.
Foi então que presenciei a cena mais bonita de toda a minha vida.
A carroça grande, toda enfeitada com flores e fitas ao vento, era conduzida por um sr. jovem, com roupas de acordo com a época, que me fez lembrar figuras de séculos passados, porem a cena mais tocante era o que havia por vir...
 No interior daquela condução, tão diferente, pasmem!!
Lindas moças! Sim umas dez ou mais, seus trajes eram festivos, com cores suaves e vaporosos. Cabelos de quase todas, encaracolados e presos por fitas e flores.
Admirado, meus olhos pousaram em uma delas. Era loura, vestia Azul, cabelos enfeitados com fitas da mesma cor, como talvez fosse a moda nessa época.
 Por um instante nossos olhares se encontraram e os seus lábios rosados , sorriram para mim.
A... Deusa dos meus sonhos... quem me dera pudesse encontrá-la novamente!
Seu rosto lindo, seus olhos esverdeados não me saiam da mente. Saí da cama a contra gosto. Tomei uma ducha rápida, olhei o relógio, nossa como era tarde...passara das treze horas.
Resolvi comer alguma coisa ali na lanchonete em frente ao meu apartamento e desci.
Ainda pensando na linda loura dos meus sonhos.
A rua estava calma, pouco movimentada naquela hora de domingo, andava distraído. quando...
Não... não pode ser...devo estar doente...
Vindo em minha direção, uma jovem mais ou menos vinte a vinte e dois anos, Vinte e dois depois eu soube, loura, olhos esverdeados, cabelos um pouco a baixo da altura dos ombros.
Meu Deus...era ela.... a jovem dos meus sonhos.
Ela  sentindo meu olhar olhou-me também e sorriu...o mesmo sorriso!
-Oi... Meu nome é Marcos me apresentei.
-Oi..Eu sou a Kátia, mas espera aí, já não nos conhecemos?
-Creio que sim, mas que tal tomarmos um lanche ali ...
-Sim...Claro eu até ia indo lá mesmo.
Não ousei contar-lhe meu sonho.
Conversamos como velhos amigos.
-Bem... Tenho que ir, meus pais devem estar preocupados!
-Vamos nos encontrar de novo Kátia? E sem esperar resposta ...
Que tal amanhã, almoçarmos?
-Você é assim sempre apressadinho é?, e aquele sorriso dos sonhos voltou-me a mente.
-Por favor.......Disse eu sorrindo.
Kátia pensou por uns instantes.
-Tá, nos encontramos aqui. Moro Perto.
Seis anos se passaram.
Kátia agora é minha esposa amada e Lucas o nosso adorado filhinho de 4 anos.
No nosso primeiro aniversário de casamento contei-lhe
 o sonho.
 Ela meigamente beijou-me a fronte enlaçou-me com carinho e murmurou
com voz de anjo:
-Onde dois corações batem com fidelidade,
O amor dura até a eternidade!


    Este conto dedico a minha mãe
    +Cacilda Osório Corrêa

 
 
Sonhos de um palhaço.
                                                                Autoria RoseRolim
Que alvoroço, crianças correndo pra todo lado...
Janelas se abrindo pessoas expiando, alegres...
Até vovô saiu de sua poltrona para olhar lá fora...
Que agito...
Tambores, flautas, apitos....
Musica no ar... balões coloridos,
fitas de todas as cores
Vai vai vai começar a brincadeira....
Os palhaços fazendo piruetas,
 as crianças se misturando a eles para ganhar balinhas,
  e o som continua...
O palhaço o que é????....
Logo os malabaristas, os engolidores de fogo,
Nossa,   hooooo!!!!!!.
Senhores e senhoras....
Venham ver a mulher barbada....
Os anõesinhos pulando e fazendo gracejos.
Os trapezistas com roupas características desfilam imponentes. Que lindo.
_Olha .. macaquinhos vestidos com roupas de gente!
O Leão...A onça, os domadores com seus chicotes estalando no ar.
O elefante..olha só que patas enormes, unhas pintadas linda vestimenta.
Que mansinho, docilmente dirigido por uma linda moça, parecendo bailarina....
Venâncio, mendigo triste...faminto, doente, fechou os olhos e sonhou...
Também fora palhaço.
Quanta gente fez rir, quantas crianças conheceu em sua carreira de artista.
Agora tilha setenta e oito anos...O tempo passa...
Lembrou-se então com um misto de ternura e emoção...
Nasceu no circo, seu pai grande domador, sua mãe trapezista, mas ele,
Pimpolho, queria mesmo era ser palhaço.
Fazer rir, rir também.
E as lembranças alegres, deram lugar a mais triste tragédia de sua vida!
Sua linda mãe em um salto mais ousado, caíra do trapézio...
Que tristeza!
Vendo a mãe ser socorrida, sem  poder deixar seu publico sem suas brincadeiras. Em seu sorriso chorava, coração partido...
Sua mãe...os anjos a levaram.
Seu pai definhando dia a  dia, foi encontrado,
Por um dos anõezinhos morto, perto da jaula do seu trigre preferido.
Morrera de saudades da esposa.
Pimpolho, ficara só, já nem era tão jovem mais, tornara-se sem graça.
Mais dias menos dias seria despedido, e esse dia aconteceu.
Agora sem lar morava com a única família que o assumira,
os maltrapilhos das ruas.
Lagrimas entrelaçadas de soluços  cortavam-lhe o peito já enfraquecido.
Quantas recordações...
_Oi senhor...senhor...?
_Sim rapaz...?
_O senhor é o palhaço Pimpolho, pois não?? Claro é sim jamais o esqueci.
_Quem é você rapaz...
_Sou o André, não perdia um espetáculo onde o senhor atuava, o senhor era a razão da minha alegria...
_Como assim rapaz?
_Meu pai era um grande industrial, não tinha tempo pra mim.
_Mamãe, tinha cabeleireiros, manicuras chás com amigas, somente a babá
Rosa, tomava conta de mim, mas era tão atarefada!  Há mas quando o circo chegava...Sonho, eu era sempre o primeiro a chegar em meu camarote
Ansioso esperava que o palhaço Pimpolho viesse, um dia até o senhor me deu um balão...Foi maravilhoso para meus sonhos de crianças, entre mil garotos, eu ganhei o balão. Onde vives agora?
_Nas ruas meu filho...mas tenho muitos amigos....
_Pois eu, tenho uma mansão enorme que herdei dos meus pais, muito dinheiro para levá-lo comigo ou comprar-lhe uma casa onde possa ter muito conforto.
_Mas... Você nem me conhece...
_Como não, é meu amigo de infância, já lhe disse; aceite... me dê mais  essa alegria de tantas que me deu. Pimpolho, com os olhos marejados, respondeu ao rapaz:
_Se voce quer mesmo ajudar, e se tem  mesmo muito dinheiro então monta um albergue...olhe em redor, quanta miséria, fome e dor...
_Querido Pimpolho, vamos então tomar as devidas providencias.
_Vem, vou levá-lo a minha casa...apresentá-lo a minha esposa e filhos.
_Eles ficarão muito felizes em ter mais  um avô, presente sempre em nossa casa, então como advogado que sou , com outros amigos, providenciaremos nosso desejo: Viva o albergue !!!!!.
Pimponho, esfregou os olhos,e disse com voz de palhaço:
_Mi bilisque aqui....Se for sonho, vou acordar,  naão!!!!!!
_ É sonho sim Pimpolho, um grande sonho meu, reencontrá-lo!
Pimpolho levantou-se com dificuldades, tomou nas suas as  mão  de André,
Fechou os olhos e agradeceu:
_Muito obrigado Senhor!
 



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Voz no coração

  
VOZ NO CORAÇÃO

                                   Meimei

      Alma irmã!…
      Não me condenes,
      Venho ofertar-te
      Renovação e experiência
      E mostrar-te nos outros
      Os irmãos do caminho,                                 
      Que amam, sofrem e aprendem
      Qual te acontece.
      A fim de que te movas
      Ao sol da compaixão.
      Venho mostrar-te ainda
      O peso que há na culpa
      E o valor do perdão
      Sobretudo, sou eu
      Quem te revela
      A Grandeza do Amor
      Na luz da compreensão.
      Peço: não me censures.
      Venho em nome de Deus.
      Sou tua dor.
 
 
Muita paz…
                                RoseRolim  

COMPARAÇÃO


 
                                                                    COMPARAÇÃO

Quando tiveres de arrancar algum espinho que o contato
da terra te haverá imposto à epiderme da alma, reflete nas
colheitas incessantes das flores de alegria que a
vida te oferta.
Quando tiveres de arredar alguma pedra da estrada a percorrer,
detém-te a contar os quilômetros seguros
 em que transitas.
Quando tiveres de sanar algum momento de tristeza,
medita nas horas de contentamento e esperança que
 te alimentam os dias.
Quando tiveres de perguntar porque teria Deus criado
 as sombras da noite,
 pensa nos milhões de estrelas que as trevas te descortinam.
Quando tiveres de atravessar alguma dificuldade no mundo,
soma as bênçãos que já possuis e sentirás
o coração mergulhado no oceano da bondade de Deus.
 
 
MEIMEI


Muita Paz.
RoseRolim