Recados Para Orkut

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011




O PRISIONEIRO
        RoseRolim

Hei rapaz...
Olhei assustado.
__Eu?
__Sim você mesmo..., não me recolhesse né? Pois eu nunca o esquecerei. Pega ladrão..., pega ladrão...
Em um minuto  senti- me  agarrado pela multidão que se aglomerava.
__Não fiz nada, sou inocente.
__Inocente heim?.. todos iguais. Mas desta vez você não se safa, ordinário, cafajeste, bandido.
O que se passava meu Deus, eu nunca em minha vida tirei uma agulha de ninguém.
A policia chegara.
Me jogou de qualquer jeito dentro do “camburão”.
Fiquei perplexo!
Tudo vai se esclarecer, vai claro, sou inocente.
Seguindo a policia o homem que me acusara, esbravejava, era obvio que me odiava.
Meu Deus, que faço agora nem tenho dinheiro pra uma defesa.
Sei que sou inocente mas, porque está acontecendo isso comigo?
Acusavam-me de ter roubado uma joalheria.
Como puderam... nunca, juro, nem conhecia a tal relojoaria.
Fui espancado, até que exausto, ensangüentado,
Morrendo de tanto apanhar, confessei o ato que não praticara.
Fui condenado a dez anos na Penitenciaria.
Cada dia que se passava eu me perguntava:
__Cadê Deus?
Como pode deixar que isso acontecesse comigo Deus?
__Havia perdido completamente a fé.
__Meus pais perplexos, choravam tanto nas visitas que eu resolvi não recebê-los mais.
Um ódio contra todos tomou posse de mim.
De homem pacato tornei-me em um homem endurecido, seco, sem sentimentos.
Não tinha amigos só inimigos, era temido pela minha coragem.
 Dia e noite me lembrava do rosto daquele homem que injustamente me acusara.
Brigava por qualquer coisa e não eram raras as vezes que eu ficava dias na solitária.
Lá só com meus pensamentos fazia exercícios, e me fortalecia o quanto possível,
pois as refeições eram raras.
Dês anos se passaram.
Cumprira minha pena, porém, lá fiquei mais dois anos.
Talvez por pirraça do Diretor da Penitenciaria por eu ter sido tão rebelde.
Mas um dia veio a liberdade.
Entregaram-me meus pertences...Isto é minhas roupas, um pente um chaveiro com uma chave que eu nem me lembrava mais de onde era, documentos e só.
Os portões foram abertos...nenhuma despedida...ninguém a minha espera.
O sol forte feriu-me os olhos, a cidade mudara, mas eu nem me dera conta.
 Sem dinheiro não sabia aonde ir.
Estava só sem pais, sem amigos, sem lar.
Morava nas ruas, para comer catava papelões ou latinhas, capinava raramente um quintal por um prato bem reforçado e algum dinheiro.
Comecei a beber.
Conheci amigos de rua, ajudávamos mutuamente.
Ninguém sabia minha história.
Um dia, ao passar por frente a uma loja de tvs, uma noticia me chamou a atenção.
Quem souber do paradeiro do Sr.Orlando Silva Botelho, por favor,  entre em contato com nossa emissora ou ligue 345....
Orlando era eu. O que mais haviam de querer de mim?
O comentário no Beco se espalhava:
__Sortudo esse cara, tal de Orlando.
Eu, era agora o Zé, mais fui me chegando queria saber a história.
__Quem é esse tal? Perguntei.
__Ei home, num vê notiça é? Ta qui no jornar.
Esse cara ta feito na vida, parece que aparceu um tarzinho que robô a relojoaria ou sei lá o que,
e o tal foi preso no lugar do outro.
Agora querem ele, vai ganhá uma bolada,
História cumpricada.
Por um momento fiquei cego, tonto quase caí, porem meu amigo me amparou sorrindo.
__Hei Zé cana braba hem?
Não sabia o que fazer.
Medo, Orgulho por ser reconhecida minha inocência.
Ódio pelo maldito ter se calado tanto tempo.
O que me acusara já havia morrido soubera.
Meus pensamentos giravam e eu não chegava a conclusão nenhuma.
Até que me decidi.
Vou me apresentar..., Mas tenho que arranjar advogado acho...Vou ver se consigo.
Fui a Defensoria Pública.
Expus minha história. Dr. Campelo mui gentilmente
Deu-me roupas limpas, tomei banho e me barbeei.
Nossa nem parecia eu. Fomos de carro até a Delegacia.
Fato esclarecido, a imprensa e os jornais, os mesmos que me difamaram,
agora me elogiavam e transmitiam sua indignidade pelo erro Jurídico.
Recebi realmente uma alta “bolada”
 como disse o “Leco”.
Quis conhecer o facínora que me fizera passar por ele.
Porem Dr,. Campelo me disse:
__Porque? Perdoa filho... São expiações do passado.
Não entendi nada desse negócio de  expiações, passado,
Mas com o tempo, tornei-me grande amigo do Dr. Campelo.
Sempre calmo, presenteou-me com alguns livros, e hoje creio novamente na justiça Divina.
Perdoar era difícil, mais fui me esforçando...
Dois anos depois a noticia de que aquele homem partira para a vida eterna,comoveu-me.
Senti então que podia perdoar.
Hoje constitui família, procurei meus pais e sou feliz.
Visito sempre minha família da rua, ajudo-os no que posso.
O passado? Procuro não lembrar.
Porque procurar a dor quando sou agora tão feliz?.


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